Hugo Paquete_xyz_interactive sound installation_Variable_2006 / 2009
RELACIONAIS
XYZ
Nesta
pesquisa procuro equacionar a partir da captação de frequências rádio uma
reflexão sobre a realidade tecnológica e informacionalista
que nos envolve e os subprodutos comunicacionais existentes na
contemporaneidade.
Explorando
o conceito da informação dissipada ou anti-informação.
Sendo
assim com a captação de frequências e estática em “sw” procurei encontrar um
elemento representativo da informação existente na realidade mas que no entanto
não é processada ou apreendida como elemento concreto devido a sua
desfragmentação e imaterialidade espacial, efectuando assim uma analise
concreta sobre um fenómeno real que por meio de filtragem instrumental e
técnica se transforma, perdendo a suas características comunicativas concretas.
Fundamentando-se
como um elemento abstracto e desfragmentado.
Configurando-se
como um elemento que apela a fuga ao elemento exótico da caracterização
comunicacional e objectual.
A
partir desta reflexão, será importante referir que a comunicação é sempre um
elemento precário, que se fundamenta num entendimento de um código procedente
de um conjunto de símbolos pré-existentes, enquadrados num contesto
sócio-cultural.
Estando
esta pesquisa plástica apelando a uma reflexão sobre a comunicação, num sentido
abstracto, acentuando distanciamentos e rupturas informacionalistas, tentando fundamentar-se
como um código universalista assente na sintetização dos objectos e dos seus
códigos.
Dando
origem ao paradigma de uma realidade politópica, em que o individuo se enquadra
em paradoxo, não apreendendo todos os códigos e informações existentes no
sistema, e nos micro sistemas existentes.
Esta
pesquisa vem no desenvolvimento de um percurso em que a realidade é explorada,
na sua dimensão concreta, mas que por descontextualização espacial dos
fenómenos de manipulação, é retransformada e equacionada num outro contexto.
Podendo-se referir por vezes uma atitude de ready
made sonoplástico.
Testando
os limites da relação que temos com a realidade e a forma como a
percepcionámos: com mais ou menos antagonismo.
Explorando
a relação do receptor e do emissor no seu protagonismo participativo na
construção de uma peca ou obra, como nos é apresentada nesta pesquisa onde o
receptor manipula a informação existente recriando a sua configuração plástica
e simbólica como se de um jogo universalista se tratasse.
Esta
peca transporta-nos para uma linguagem depurada e sintetizada com o objectivo
de retratar uma estética de paisagens mentais estruturalista, tentando uma
relação mais conceptualizada com os objectos em que a partir da lógica
atingimos a abstracção.
Onde
nada vos é oferecido gratuitamente.
A
opção do áudio fundamenta-se com a escolha dos materiais de registo que
comportem um carácter imaterial e anti objectualista, capazes de definir registos
concretos como os elementos por mim manipulados (frequências e estática da
rádio).
A
escolha destes elementos relaciona-se com a exploração do conceito do universo
informacional existente na realidade, e dos media
e das suas emissões anti comunicacionais, porque tudo se prende aos objectos de
captura e registo de determinadas realidades existentes ,e não percepcionadas,
e nem tudo o que se vê é verdade, e nem tudo o que se ouve é mentira: a única
coisa que nos resta é saber que a realidade é um espaço em expansão, numa
dimensão física e virtual e que o homem já não é a escala das coisas. Nem o
mundo construído sobre as suas proporções.
NOTA: A INFORMAÇÃO
SONOPLÁSTICA DESTA INSTALAÇÃO ESTÁ A SER EMITIDA NA FREQUÊNCIA DE 96 / 98 Mhz
PARA O PRÍMETRO CIRCUNDANTE DA GALERIA.
HUGO PAQUETE 2006
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